20.12.09
19.12.09
18.12.09
17.12.09
17.11.09
Atingindo o vazio extremo
Atingindo o vazio extremo
conservar−se firme no repouso
as dez mil coisas confluindo
eu assim as contemplo no refluxo:
eis que as coisas no florescimento
retornam uma a uma à raiz
o retorno à raiz soa:
isto se diz:
o retorno ao destino soa:
eternidade
conhecer a eternidade soa:
alumbramento
não conhecer a eternidade é tresloucar no azar
quem conhece a eternidade
torna-se tolerante
então justiça
justiça
então mediação
mediação
então céu
céu
então Tao
Tao
então duração
dissolvendo−se o corpo
não se corre mais perigo.
[Tao Te King, Lao−Tsé - cap. XVI]
30.10.09
There ain't no train to Stockholm
não há uma cadeira do meio rua mas se ela dança eu danço, se música toca e a festa só acaba no fim da ressaca. e só é o fim quando termina e as coisas à flor da pele, que é boa, que é quente, que é feita pra se deixar aquecer mais e mais ao sol do novo mundo de um tempo novo, pra secar ao vento, pra sentir as dores de ah você não gostaria de estar na minha pele, pelo que estou passando, rasgue a camisa, não, leia na minha camisa, beibe, you can drive my car, gasoline windy chic, só não estacione, acelere mais, pé em deus e fé na tábua, sem régua, sem freio e sem medo, rumo às coisas feitas de ventos, de espaços, silêncios de uma escarpa ensolarada, rumo a nada e às coisas sem nome que cabem na mala, que pesam nas costas, e a espera na estrada - e se não tiver carona tudo bem, eu vou a pé. (assobiando uma toada: sair por essa vida aventureira, e venha veja deixa beija, seja. o que deus quiser)
15.10.09
23.9.09
1.9.09
22.8.09
19.8.09
e os dentes da paisagem
2.8.09
3.7.09
2.7.09
Vagalumes ensandecidos dizem here's johnny
[assistindo Animal Planet]
- Ian, sabe o q é ‘bioluminescência’?
- Não.
- Pensa na palavra: bio…
- Vida…
- Isso. Luminescência...
- … iluminado?
- Isso, então ‘bio-luminescência’ são...
- ... larvas com um machado?
Vagalumes ensandecidos
- não.
- pensa na palavra: bio..
- vida.
- luminiscência...
- iluminado?
- isso, bio-luminiscência...
- uma larva com um machado?
25.6.09
Primeira aula de levitação:
Antes que a minha vida se torne a tua
A força que me comanda em tuas mãos
Um pacto de catecismos e cataclismos
Deve ser firmado na areia e então apagado
Pelo mar que nos rodeia e nos persiste
Para que a gente esqueça de uma vez o que era o mundo
Antes que tudo comece ou termine
Em fulgurações ou ossos a pino
Constelações perdidas
Olhos flutuantes
Dentes e flores
[Texto: Ronaldo Bressane
Ilustração: Eva Uviedo
Localização: Elevador H do Sesc Pinheiros (à esquerda de quem entra)
rua Paes Leme, 195 / telefone 11 3095-9400]
24.6.09
O relógio, o coração, o tempo
"Os relógios-cuco são um dos objetos mais procurados: é que são precisamente, porque captam o tempo sem surpresa na intimidade de um móvel, o que pode haver de mais tranqüilizador no mundo? A cronometria é angustiante quando nos determina tarefas sociais; mas é tranqüilizadora quando substantifica o tempo e o destaca como objeto consumível. Todos já experimentaram como o tique-taque de um relógio consagra a intimidade de um lugar: é que ele o torna análogo ao interior de nosso próprio corpo. O relógio é um coração mecânico que nos tranqüiliza a respeito de nosso próprio coração"
- Jean Baudrillard, em O Sistema dos Objetos
Das coisas que gosto de escutar
Ian, 10: 'Deve ser porque eles já podem tomar caipirinha.'
* * *Ian: 'Sabe por que não ligo pra futebol? Porque por exemplo: se o Santos ganhar do São Paulo, não quer dizer que Santos vai INVADIR São Paulo. Daí não acho importante. '
* * *
Eu: 'Hmmm, então você já tem namorada?'
Ian: 'Sim.'
Eu: 'E como ela é?'
Ian: 'Ah. Loirinha...'
Aninha: 'Ian. Ela é ALBINA. Não 'loirinha'. ALBINA.'
* * *
Ian: 'Sabe qual ia ser a primeira coisa que eu ia fazer se eu fosse pra um lugar onde NEVA?'
Aninha: 'O quê.'
Ian: 'Passar a LÍNGUA NO GELO'
Aninha: [abraçando o irmão] 'É POR ISSO que eu TE AMO'
21.6.09
Vai otimizando o otimismo ae
Oi, te dou um palpite? Vamos lá: Gênesis 11:1-9
O SENHOR desceu, a fim de ver a cidade e a torre que os homens estavam a edificar. E o SENHOR disse: «Eles constituem apenas um povo e falam uma única língua. Se principiaram desta maneira, coisa nenhuma os impedirá, de futuro, de realizarem todos os seus projectos. Vamos, pois, descer e confundir de tal modo a linguagem deles que não consigam compreender-se uns aos outros.»
TIPOS, VALEO MESMO HEIN. Depois reclamam que tem guerra, que o ser humano blá blá blá... Bem; essa passagem comprova a tese de que se algum homem nessa terra foi feito à imagem e semelhança do supra-citado, não restam DÚVIDAS que é este aqui:
Ráaaaaaa
Então já sabe: podem ir preparando as bagage e dando um talento no Babelfish.com, que deve vir chumbo grosso por aí.
a humanidade não decepciona
- mãe, só vamos embora depois que o sol for né
- só vou embora depois que baterem palmas
[palmas]
- mãe! (espantada) como você sabia?
- ora (ar de superioridade). sabemos de tu-do.
[mais fácil que tirar doce da mão de criança, convenhamos]
19.6.09
You're a Little Airplane, I'm a Little dinosaur
tem um que tudo sabe e tudo vê
30.5.09
A prática da paciência
“Um fiel foi ao templo e, ao final de suas preces, pediu a seu Mestre que lhe desse mais paciência. E saiu, confiante de que seu pedido seria acatado. Mas eis que, sem entender por que, sua vida se tornou um loucura; era uma provação atrás da outra. Depois de alguns dias, cansado, retornou ao templo e, aos pés do Guru, desabafou:
– Afinal de contas, eu vim aqui para pedir paciência, e foi só sair do templo que minha vida se tornou um inferno.
Ao que seu Mestre lhe respondeu:
– Mas como você deseja obter paciência sem ter como praticar?”.
[Coluna Caminhos da Prática, por Isabela Fortes - Prana Yoga Journal #26]
10.5.09
WHERE WERE YOU WHILE WE WERE GETTING HIGH?
@liamgallagher: 'SP, wasn't feeling too good last night, got a bit of the flu, you lot were beautiful as always, take care, see you soon'
Apesar da gripe de Liam Gallagher, do mau tempo e do preço dos ingressos, o evento superou expectativas. Das filas e tumulto que marcaram o festival Just a Fest, que trouxe o Radiohead em março, não se viu nem sinal. Entrada e saída da Arena Anhembi fluíram bem e a forte chuva, que castigou a platéia durante a apresentação do Cachorro Grande, parou minutos antes do das 22h, horário em que a banda Oasis - com pontualidade britânica - subiu ao palco.
Empolgação não é exatamente uma qualidade que deve ser esperada de uma banda inglesa, e o Oasis não poderia ser diferente: Liam mal tirou a mão do bolso, quando muito para segurar a meia-lua - e pouco tocar; e Noel Gallagher não é mesmo de muitos sorrisos. Ainda assim, falaram bastante com o público, Liam posou para fotos, em um misto de convencimento e simpatia, jogou o instrumento pra platéia, fez coraçãozinho com as mãos (!) e Noel chegou a mandar beijinhos para a platéia (!).
Apenas uma ocorrência ameaçou estragar o humor dos músicos, quando arremessaram pequenos objetos em direção ao palco: "Se vocês continuarem a atirar coisas no palco, nós vamos sair. É sério."
Sem grandes surpresas em relação às apresentações anteriores da turnê, o setlist equilibrou canções do mais recente álbum, Dig out your soul, com antigos sucessos como "Don’t look back in anger" e "The masterplan", em um show de rock direto e sem firulas visuais. No meio da platéia, um apelo: "Please, don't play 'Live forever'"; provocação, pedido sincero ou tentativa de conseguir o contrário? Liam limitou-se a apontar para a faixa e fazer um sinal de negativo com a mão. E não tocaram.
Assim como todos nós, Noel se perguntava: "O que há com o Oasis e com São Paulo? Sempre que tocamos aqui chove". Mas, ao contrário da chuva torrencial do começo ao fim do show em 2006, o tempo ficou estável, as nuvens se dispersaram e a lua cheia apareceu logo nos primeiros acordes de "Wonderwall". Momento mágico - digno da banda que encerrou com "I am the Walrus", cover dos Beatles (em apropriação tão justificada que poderia dizer-se que a música é deles), da trilha de Magical Mystery Tour.
Desta vez, o tempo abriu.
22.4.09
já pintei no parachoque um coração
That you're waving from the backroads
By the rivers of my mem'ry
Ever smilin' ever gentle on my mind.
7.4.09
A cara da páscoa
Mas tudo isso foi no século passado, né? Por essas voltas que o mundo dá, sempre na direção do mais fofo, consumível e comercialmente viável, a Páscoa hoje está mais ligada ao que parecia um símbolo periférico e pouco claro, o Coelho da Páscoa; assim como o Natal cada vez menos tem a ver com Jesus e mais com o Papai Noel.
Sendo assim, em vez de ficar lamentando a morte da bezerra, Jesus, ou de quem quer que seja, podemos mandar aproveitar a data para enviar simpáticas lembranças personalizadas para amigos e parentes - os que tiverem e-mail, claro.
Faça a sua em http://www.faceinhole.com/
6.4.09
num dia branco
segura a borda da mesa com
o cabelo vermelho vamos
para a polônia
ver a neve
andava tão dispersa assim
ele nunca conheceu a família com ganas
de frio. sempre aquele
movimento
preciso ler outras
coisas a frase cortada
no mesmo ponto fresta de luz
onde fala uma gargalhada
assomada à janela quando o vê
do outro lado da rua procurando o
castelo.
cabelo curto, segura a ponta
da mesa e mastiga as sílabas
em sua língua.
+ + +
[Marília Garcia, 20 Poemas Para O Seu Walkman (Cosac Naify/7 Letras) - Ilustração para a revista Vida Simples]
4.4.09
Isso explica muita coisa
- mãe, sabia que nós somos espermatozóides vitoriosos?
- hm, é, tem razão.
- preciso confessar algo...
- quê.
- eu trapaceei.
#Ianfacts
21.3.09
Everything In Its Right Place
Quase não acreditei quando recebi uma ligação de alguém que eu só conhecia de fóruns de webdesign, o hoje fotógrafo Luish Coelho. 'Oi, você quer trabalhar no site da Trip?' Ora, claro que sim, quem recusaria uma oferta dessas? O projeto gráfico vigente, do David Carson, era o sonho de consumo de nove entre dez designers naquela época, se é que ainda não é. Trip era a revista que eu lia, e o site já era um dos meus favoritos desde a primeira vez que acessei a home do UOL, naquele momento mágico ao som da conexão da linha discada. O ano era 1999, a internet, a lenha, só tinha um computador conectado para toda a redação e eu volta-e-meia era confundida com técnica em informática. Mas o desafio de lá pra cá ainda é o mesmo: levar o universo Trip ao maior número de pessoas possível; e complementar as matérias da revista com conteúdos em áudio, vídeo e interatividade - o possível na época. E a minha vontade pessoal, fazer um site à altura da revista que tanto admirava.
A fitinha com os videoclipes veio logo depois, como presente de aniversário: 7 Television Commercials, doRadiohead, foi amor à primeira vista. Tanto pela música e letra, quanto pelo apuro gráfico da capa e dos vídeos e - por que não dizer - pelo vocalista da banda. De lá pra cá foram seis CDs comprados (o In Rainbows não rolou), camisetas, duas fitas K7 gravadas pra ouvir no walkman, e depois a discografia completa em mp3 pra encher o iPod, incluíndo bootlegs, versões e outras raridades. A única coisa que faltava na lista de fã número um era, obviamente, ir a um show; falha esta que será sanada amanhã.
Coincidentemente, na mesma semana, entrou no ar uma versão dos sites da Trip e Tpm que considero a melhor, mais inteligente e completa em seus conceitos, intenções e conteúdo desde que entrei aqui. Digo isso sem medo de ser cabotina, porque de lá pra cá as coisas mudaram muito e claro que hoje não cuido deste site sozinha como dez anos atrás. Desde a concepção até o resultado que está no ar, incluindo as novidades que ainda estão por vir, foi pensado e elaborado pela sempre engajada equipe de mídias eletrônicas em conjunto com as redações da Trip e da Tpm, contando com as consultorias pertinentes da Try e da Direct Performance que souberam compreender bem o espírito do projeto, e pelo trabalho cuidadoso e paciente da Activeduck na parte da programação, transformando em realidade a estrutura complexa que rabiscamos.
Quer dizer, na minha cabeça que adora ver relação em tudo, a versão 2009 deste site está para aquela em que comecei a trabalhar em 1999 assim como o show do Radiohead na Chácara do Jóquei para 30 mil pessoas está para aquela velha fita VHS - que guardo com o mesmo carinho que o ingresso de amanhã.
Let's enjoy,
é tudo nosso!
- Eva Uviedo, in a right place since '99
13.3.09
Si tu dois partir
Mais si tu dois partir, va t'en
Mais si tu dois partir, va t'en
Si non, tu dois rester la nuit.
9.3.09
Eu acredito no semáforo
-Se puede aprender de cualquier cosa- dijo una vez el rabí de Sadagora a sus jasidim-. Cada cosa puede enseñarnos algo, y no sólo lo que ha creado Dios. Lo que hizo el hombre también puede enseñarnos.
-¿Qué podemos aprender de un tren?- preguntó dubitativamente un jasid.
-Que a causa de un segundo podemos perderlo todo.
-¿Y del telégrafo?
-Que cada palabra se cuenta y se cobra.
-¿Y del teléfono?
-Que lo que decimos aquí se oye allá.
[Martin Buber, Cuentos jasídicos: los maestros continuadores]
do sempre ótimo Dias Felizes
14.2.09
It's all right ma'
tenho começado toda conversa / preenchido qualquer lacuna, com / tenho trabalhado demais // paulistano tem um fetiche com isso? / nos encontramos pra tomar cerveja e competimos pra ver quem trabalhou mais / quem trabalhou no domingo / quem vai ficar de plantão no carnaval /@vitorfasano, olhai por nós // e tenho visto comédias romanticas demais / identifiquei um padrão de tramas e personagens e me sinto capaz de escrever uma / se quisesse, se precisasse / teria o john cusack e a drew barrymore / trilha sonora do elliott smith / e um labrador // voltei a pregar quadros na parede, sem me preocupar com o eminente fim do contrato da casa // tenho ouvido dezenas de vezes o disco Odetta sings Dylan //e estou apaixonada por um novo tom de vermelho / 'mais aberto' disse a manicure / combina com o colar novo, a blusa de lã // tenho comprado vestidos e sandálias como se não houvesse outra estação que não o verão // descobri que gosto de mais músicas do elton john do que considero aceitável / tenho me achado piegas demais, mas / I look inside myself and see my heart is black. / vi uma arraia de verdade e entendi porque elas são parentes do tubarão / quem a vê flanando leve pelo aquário pensa que é mansa / vai nessa. // as metáforas me abandonaram / mas considero um bom sinal / foram pra sempre ou migraram, como patos para o sul? tanto faz; vim do sul, vou pro norte, from the west unto the east,
8.2.09
Memories are made of this
2.2.09
You know you’re a cute little heartbreaker
após semanas de debates, argumentações racionais e algumas escolhas afetivas, finalmente chegamos à um consenso: a melhor música de todos os tempos é Foxy Lady; tks Wayne's World.
1.2.09
é sua? então pegue
Teu sorriso
olhinhos como margaridas negras
meu amor navegando na tarde
batidas de pêssego refletindo em seus olhinhos de
fuligem
cabelos ouriçados como um pequeno deus de salão
rococó
força de um corpo frágil como âncoras
gostei de você
eu também
amanhã então às 7
amanhã às 7
tudo começa agora num ritual lento & cercados de
gardênias de pano
Teu olhar maluco atravessa os relógios as fontes a tarde
de São Paulo como um desejo espetacular tão
dopado de coragem
marfim de teu sorriso nascosto fra orizzonti perduti
assim te quero: anjo ardente no abraço da Paisagem
Roberto Piva, Abra os olhos e diga ah! (1976)
30.1.09
Fábula da ostra & do Arenque
Vivia a ostra bela e ajuizadamente numa rocha. Não sonhava com o amor, mas quando fazia bom tempo ficava boquiaberta, na maior beatitude possível. Encontrou-a porém o arenque, e foi uma paixão à primeira vista. Ficou perdidamente enamorado sem se atrever a confessar-lho. Ora num dia de Verão a ostra bocejava feliz e queda. Encolhido atrás de um rochedo o arenque contemplava-a mas, de súbito, beijar a bem amada foi um desejo tão forte que nem pôde refreá-lo. Meteu-se então entre as placas abertas da ostra e esta, surpreendida, fechou-as decapitando o miserável que flutuou à deriva e sem cabeça, pelo oceano.
- Guillaume Apolinaire, "O Poeta Assassinado",
28.1.09
We Have A Map Of The Piano
22.1.09
12.1.09
Bota na banguela, tira o pé do freio,
-- da wikidumper, os rejects da wikipedia
8.1.09
sim, mas não no sul
são paulo, viajo porque preciso, volto porque te amo / ou viajo porque amo, volto porque preciso / em casa tive uma crise de pra que isso tudo, só preciso de um par de chinelos, mas já passou / na estrada, li "descompensados anônimos" onde estava escrito "compensados anatômicos"; talvez fosse o caso de ficar por lá? // things are getting better / all the time.
caro deus ou whatever, valeu por 2008, foi jóia,
capricha ai em 2009, é nois.