27.3.14

Postal de Amor



o mar vai e volta
com um gosto
do licor que ficou
na tua boca
do suor que ficou
na minha boca
vai deixando minha
parda voz, parda voz
parda voz, parda voz
de louca

Como viver sem ironia (carapuças para todos)

"Se a ironia é o éthos de nossa época – e ela de fato é –, então o hipster é o nosso arquétipo do estilo de vida irônico."



"O que significaria vencer o empuxo cultural da ironia? Afastar-se do irônico representa dizer o que se pensa, pensar o que se diz e considerar a seriedade e a declaração direta como possibilidades expressivas, apesar dos riscos inerentes. Significa assumir o cultivo da sinceridade, da humildade e do autoapagamento, rebaixando o frívolo e o kitsch em nossa escala coletiva de valores. E pode incluir também fazer um inventário honesto de si próprio."

Como viver sem ironia - por Christy Wampole

10.3.14

Feira Plana

A Feira Plana que rolou final de semana no MIS foi coisa linda de meu deus: vendemos tudo, comprei montes de artes e zines, conheci pessoas e projetos incríveis, revi montes de amigos queridos, foi demais.

Gratidão eterna à Bia Bittencourt, por essa excelente ideia de evento e especialmente pela energia de correr atrás e fazer acontecer. E obrigada de coração a todos que passaram por lá <3

(Ah, e quem não conseguiu comprar os cartazes e desenhos por motivos de #soldout pode encomendar pelo site: http://www.evauviedo.com.br)


Os rabiscos que viraram clichês de impressão para o livro Mnemomáquina, e que viraram cartazes depois


A aplicação dos clichês do livro de Ronaldo Bressane


Barraquinha na Feira Plana

7.3.14

O futuro está no passado

Primeiro veio o livro.
Não, não.

Primeiro o Lorenzo, filho do Ronaldo, acordou no Copan e disse que tinha visto um tubarão voador pela janela.

(E eu que achava que essa espécie estivesse extinta desde os anos 80... Mas já há muito tempo perseguia o cardume de peixes voadores por aí.)

Depois surgiu o tubarão. Esse, que abracei, botei no colo, ninei. E as mulheres com cabelos de tentáculos, que também já rondavam há muito esse lado da cidade.

Enquanto isso, o tubarão que sonha, o homem perdido e a mulher-polvo dormiam o sono intranquilo dos personagens não-publicados. Junto com o gorila mutante, o escritor morto de modo misterioso, os escritores que se tornaram imortais, o gordinho nerd e os irmãos que viajam pelo interior do Brasil em busca de um amigo imaginário, e muitos outros.

Assim é o primeiro romance do Ronaldo Bressane, que veio ao mundo sete anos depois do tubarão cruzar os céus do centro de SP. Os tempos se cruzam, e entre passado, presente e futuro, sobrepostos em camadas e bagunçados cuidadosamente, contados por 15 narradores diferentes; quando vamos ver, tudo já aconteceu.

Então, sim, veio o livro:



O primeiro romance de Bressane, Mnemomáquina, editado artesanalmente pela Demônio Negro, com capa em tecido escarlate [como os códices do século XIV], impressão em clichês tipográficos [técnica do século VIII], toda em fonte Garamond [também datada do século XVI], vinhetas gráficas em uma cor e acabamento inteiramente à mão. A tiragem, única e numerada, restringe-se a 40 exemplares, depois acabou. Segundo o autor, "Há livros demais no mundo — e poucos podem ser passados direto do escritor ao leitor, de mão a outra. Como antigamente. Como pode voltar a acontecer no futuro."

E assim os seres fantásticos e imaginários que me assombravam se juntaram aos outros personagens, em forma de vinhetas, para ilustrar os capítulos do livro; e se desdobraram em uma série limitada de posters e cartões:



Daí veio amanhã:
quando enfim tubarões, polvos, seres fantásticos e náufragos em terra firme estarão juntos à venda na na Feira Plana (na entrada do MIS, estande 11 - Sáb. (8) e dom. (9): das 12h às 20h. Grátis).

Vem que vai ser massa.

* * *

Perdeu a feira? Chegou e já tinha acabado tudo? Pode encomendar suas artes aqui: 
http://www.evauviedo.com.br/