7.2.06

NÃO TER E TER QUE TER PRA DAR

sambando na lama de sapato branco, glorioso
um grande artista tem que dar lição
quase rodando, caindo de boca
mas com um pouco de imaginação
- sambando na lama sem tocar o chão

(mas olha só: por fora filó, por dentro, molambo, cambaleando no toró)

cantando e sambando na lama de sapato branco, glorioso
um grande artista tem que dar o que tem e o que não tem
tocando a bola no segundo tempo
atrás de tempo, sempre tempo vem
- sambando na lama, amigo, e tudo bem.
 

5.2.06

RABO DE PROSA

- Pois é, tô no ramo de cadeiras.

[Suspiro. Depois a maior falta de assunto de todos os tempos.]

- O importante é ver o cara sentado, né?

(do Conversas Furtadas)

2.2.06

DO AVESSO DO SER



as aspas quando voam milharais e sóis, vão sós e não luas - arde ser e fim; qual gaivotas tontas de ser mais de mim: embebedar-se é pouco, é morrer no verão, tropicar pouco a pouco - ou deixar-se ir ao chão? a verdade é o fundo da xícara, eu nunca quis ver; (como a marmota não vê sua sombra, anuncia o calor) não estamos mais presos no mesmo dia, talvez; isso é bom? eu não sei. bem queria escrever em forma de música, ter um sorriso simétrico, saber o que dizer. (¿chegou a hora? por supuesto señor, vai estar chegan-do)

sim, eu também quero mudar a órbita do mundo -- pulando