25.4.05

VIGÍLIA


bom dia, digo. e começo como o é. café, jornal, táxi, tchau. cotidiano. ou não, digo. desligar alarme. e embarco no chapéu aveludado que rodopia e se lança. no ponto certo e sem perder altura, de volta ao campo escuro do não-estar lá. persigo uma bola de palavras certas que pinga bem na minha frente e encaixa, redonda e perfeita, em minha mão. e sem cair do cavalo hein! ponho-a de volta no céu e a lua está cheia de novo; e de novo João din din don din don din din girando girando girando e sorrindo pra mim; é uma miragem, claro: João, como eu, não sorri fácil assim. já passa das tantas eu creio e agora sei, como sempre, preciso ir. mas ainda gira e gira e gira esse mundo dissonante que nós dois tentamos inventar: tem noites que valem muito a pena.

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