17.11.14

Tangled Up In Blue





















We'll meet again someday on the avenue


31.10.14

Por causa do amor



she doesn't see

27.10.14

Saber perder é importante.
Saber ganhar também.
Feliz ano novo pra todo mundo, e bora viver.
\o/

26.10.14

#DilmaNovamente



[foto Helena Wolfenson]

22.10.14

só queria que as coisas fossem boas e as pessoas livres


A Confeitaria Mag publicou hoje um trecho inédito do novo livro da Clara Averbuck, a ser lançado ainda este ano. Para ilustrar (e também dar um gostinho do que vem por aí), liberamos o rascunho de um dos desenhos que estarão no livro. 

16.10.14

Um dia, vinte e seis anos atrás



42'43" minutos em outubro de 1988, pelas lentes de um turista japonês em São Paulo

6.10.14

O destino (à maneira dos... coreanos)


Encontraram-se os dois chineses.

— Olá, Shen-Tau, por onde andou?
— Ah, passei seis meses no hospital, Shin-Fon.
— Eh, isso é mau!
— Nada. Isso é bom: casei com uma enfermeira bacaninha.
— Ah, isso é bom!
— Que o que — isso é mau. Ela tem um gênio dos diabos.
— É, isso é mau.
— Não, não, isso é bom: o avô dela deixou uma herança e eu não preciso trabalhar porque ele acha que só eu sei cuidar do gênio dela.
— Oh, oh, isso é que é bom!
— Oh, oh, isso é que é mau! Com o gênio dela, às vezes não me dá um níquel. E como eu não trabalho, não tenho o que comer.
— Xi, isso é mau!
— Engano, isso é bom. Eu estava ficando gordo e mole — vê só, agora, o corpinho com que eu estou.
— É mesmo — isso é bom!
— Que bom! Isso é mau. As pequenas não me deixam e acabei gostando de outra.
— Êpa, isso é mau mesmo.
— Mau nada, isso é bom. Essa outra mora num verdadeiro palácio e me trata como um príncipe.
— Então isso é bom!
— Bom? Isso é mau: o palácio pegou fogo e foi tudo embora.
— Acho que isso é realmente mau!
— Mau nada: isso é bom. O palácio pegou fogo porque minha mulher foi lá brigar com a outra, virou um lampião e as duas morreram num incêndio. Eu fiquei rico e só.
— Isso… é bom… ou é mau, Shen-Tau?
— Isso é muito bom. Shin-Fon.

Moral: Nada fracassa mais do que a vitória, e vice-versa.

FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979. p. 61-2.

23.9.14

Primavera



Contemplo o rio, que corre parado
e a dançarina de pedra que evolui
completamente sem metas, sentado
não tenho sido; eu sou, não serei nem fui.
A mente quer ser
mas querendo erra
pois só sem desejos é que se vive o agora.
vede o pé de ipê, apenas-mente flora
revolucionariamente
apenso ao pé da serra.



22.9.14



He said "Mr Motherfucker, you know who I am"
And the barkeeper said, "No, and I don't give a good goddamn"
To Stagger Lee
He said, "Well bartender, it's plain to see
I'm that bad motherfucker called Stagger Lee
Mr Stagger Lee"

[amanhã pode ser primavera, pois hoje é aniversário de Mr. Nick Cave - and you better get down on your knees]


17.9.14

Maluf que fez

Bem, Paulo Maluf finalmente teve a candidatura impugnada por comprovada improbidade administrativa em um dos muitos casos pelos quais está sendo investigado; porém, sua inestimável ~contribuição~ para os debates políticos do Brasil jamais será esquecida.

Com vocês, o melhor de Dr. Paulo:




14.9.14

O novo de novo



"Você, que foi pra ruas, com bandeira em punho, acreditando num momento novo pro Brasil, é por você que eu vou continuar na luta e vamos pra ruas sim. Não vamos recuar. Nós queremos acabar com este atraso, porque direita e esquerda são atraso. Nós vamos para a modernidade, vamos para o novo, vamos com a juventude, com as mulheres, com as crianças, com os homens que acreditam que podem mudar."

‪#‎ONovoSempreVem‬
‪#‎JuntosChegaremosLá‬

12.9.14

Não me deixes mais



Só mesmo o Fagner tem ENVERGADURA MORAL pra fazer uma versão dessa música maravilhosa.

[veja aqui a versão original, com o autor, e legendas em português]

11.9.14

Se eu discordo de mim mesma, imagina de vocês.



3.9.14

Acordei com uma dúvida: se os dinossauros ainda estavam vivos, do que era feito o combustível que abastecia os carros no jogo Cadillacs & Dinosaurs?

29.8.14

23.8.14


12.8.14







Não é uma cena de programa de humor, piada, esquete do Monty Python ou algo assim.
É real.

8.8.14



Faltou dizer "por favor"

18.7.14

tudo bem, tal e qual,

e é sempre outra cidade

velha

17.7.14

I Don't Know What I Can Save You From



A última vez que passei por aqui
pensava vagamente em Nietzsche, Deleuze, Derrida
sem nada entender
e aproveitava, como hoje, um azul que o outono traz
(e depois leva pra lá)

A última vez que passei por aqui
pensei exatamente o que eu deveria ter dito
, mas com muitos minutos de atraso
(e nunca mais fez sentido falar)

A última vez que passei por aqui
foram muitas
era tudo diferente, esse prédio, essa casa
isso era assim, aquilo era assado,
nem reparei
na cidade como uma foto antiga
ela cada vez mais nova
eu cada vez mais velha

(ambas um pouco pior)

12.7.14



Deixe de lado esse baixo astral
Erga a cabeça
Enfrente o mal
Que agindo assim
Será vital para o seu coração

É que em cada experiência
Se aprende uma lição
Eu já sofri por amar assim
Me dediquei mas foi tudo em vão

Pra que se lamentar
Se em sua vida pode encontrar
Quem te ame com toda força e ardor
Assim sucumbirá a dor (tem que lutar)

Tem que lutar
Não se abater
Só se entregar
A quem te merecer

Não estou dando nem vendendo
como o ditado diz
o meu conselho é pra te ver feliz

8.7.14



"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita"

Mahatma Gandhi [na foto, com o time Passive Resisters, 1913]

4.6.14


ROMERO BRITTO, o rei das cores


"A minha arte é sobre o amor e a alegria."
Existe uma conexão entre um brasileiro que pinta seus móveis e seu carro com aquela estampa inconfundível, de cores vibrantes, e outro que enfeita seu muro, sua rua, sua casa, com o mesmo padrão.

Algo conecta profundamente dois brasileiros cansados do cinza da cidade e do bege sujo da sua pobreza e que procuram reformar o mundo carregando forte nas tintas e padrões, usando uma fórmula fácil, pueril - mas muito eficaz.

Existe sim, uma conexão firme, natural e sincera entre os dois; mesmo que o carro do primeiro seja uma Ferrari de 1,5 milhão de reais e a alegre estampa que enfeita a casa do segundo tenha vindo em forma de lata de panetone, copo de requeijão, ou seja apenas uma imitação.

Essa conexão existe porque tem a mesma origem, a mesma premissa, a mesma intenção. E principalmente, porque em ambos os casos, para seu  juízo estético, romerobrittozar o mundo significa: torná-lo melhor.
“Na condição de criança pobre no Brasil, tive contato com o lado mais sombrio da humanidade. Passei a pintar para trazer luz e cor para minha vida. Minha família era muito pobre. Criar era um refúgio: eu pintava um mundo colorido, diferente do meu”




Foi assim que essa identidade visual infantil, colorida e brasileira, com origem na periferia de Recife, chegou a Miami (nossa ensolarada e cafoníssima embaixada nos EUA), se meteu em galerias respeitadas, em casas de celebridades, fez a meia-volta e voltou pra se espalhar pelo seu país de origem. O bom filho à casa torna: os traços e a cor foram como influência, e voltaram como cópia.


Loja de artesanato local - Olinda, Pernambuco

E - para horror da elite cultural, de artistas conceituais mal remunerados, de designers minimalistas e adeptos do estilo nórdico de decoração - caiu no gosto popular.



E - os síndicos do bom-gosto curtindo ou não, achando que isso é arte ou não** - de um jeito torto, Romero Britto inventou (ou reinventou) a cara de um Brasil mais colorido.

Reproduzida, distorcida e replicada à exaustão por dentro ou fora das casas, em marcas famosas, semi-famosas, em artesanatos, móveis, cangas, panos de prato, pratos e copos, bolos, unhas, próteses dentárias, aventais, a tendência se disseminou de uma forma que nem em sonhos o artista que, quando jovem, pensava em ser diplomata 'para representar o Brasil', poderia imaginar.

A melhor obra do Romero Britto é justamente a que não é ele quem faz.


O avesso do avesso do avesso do avesso do avesso

(*) Galeria de esquizoídolos
(**) Para avançar na discussão estética, recomendo o texto "Por que é fácil odiar Romero Britto", de Rafael Trabasso, publicado no IdeaFixa


27.5.14

O melhor do futebol argentino

Complexo de vira-lata? Na Argentina não tem quem o carregue. Dados a tangos, milongas, odes, poemas épicos, narrativas heróicas - e muito mais pro insurgente errante e casca-grossa Martin Fierro do que pro docemente indolente Macunaíma, mais pro dramático Carlos Gardel do que para o encantado Tom Jobim - o argentino é, antes de tudo, um exagerado. E se fala mal de si mesmo, é só pra admitir que são, sim, prepotentes - mas não sem acreditar que no fundo tem um pouco de razão pra ser.

Esse espírito combatente, nacionalista e orgulhoso de um povo indócil que expulsou os colonizadores espanhóis por mais de 50 anos de suas terras encontrou no futebol o campo ideal para travar seus épicos contemporâneos; e no bronco e genial Maradona, meio índio, meio italiano, a sua mais completa tradução.

Dito isso, é natural que, ainda que seu futebol nem sempre seja o melhor do mundo, nada supere em emoção as propagandas com esse tema que são produzidas por lá. Seja para uma marca de cerveja, refrigerante ou oficiais, o espírito de Coração Valente está presente em cada uma delas, a cada minuto, em cada um de nós.

Na seleção abaixo, minhas favoritas:

A vida é uma partida de futebol:


O abraço da alma é pra chorar:


O outro lado do complexo de vira-lata:


Deus fala com argentinos, o que pode ser mais megalomaníaco?

(e uma excelente paródia do CQC local)

E este é de quando a Argentina proibiu torcida contrária nos jogos:


E o imperdível, insuperável épico:


Bendito sea el mundial con que soñamos
Bendito cada nombre que ha sido designado
Bendito los pibes que siempre sacamos
El peso de la historia, el respeto ganado

Maldito sean los recuerdos dolorosos
Maldita la impotencia, la injusticia que vivimos
El volvernos a casa cada uno por su lado
Las finales sin jugar y quedarme en el camino

Bendita la anestesia general a los dolores
La tristeza que curamos con abrazos
Las gargantas que se rompen por los goles
El sentirnos los mejores por un rato

Malditos los sorteos y los grupos de la muerte
Los controles sin azar que asignaron nuestra suerte
Malditos los mezquinos que juegan sin poesía
Los que pegan, los que envidian, los que rompen y lastiman

Bendito sea el orgullo con el que entramos a la cancha
El potrero y la pelota no se manchan
La tv que repite la gambeta
Inflar las redes de los otros, inflar el pecho de los nuestros, merecer la camiseta

Los turistas, los cronistas, los sponsors, los amigos,
el himno y las mujeres siguiendo los partidos
Bendita las cabalas que dan resultado
Las risas y el llanto que guardaremos tanto

Y bendito ese momento que nos regala el fútbol
De poder cambiar nuestro destino
Y sentir otra vez y frente al mundo
Lo glorioso y lo groso de ser argentino!

* * *

P.S.: no entanto, torço mesmo para o Brasil ganhar, afinal #VaiTerCopa

Da arte de conversar

As regrinhas de conversação abaixo são de um livro publicado em 1875: A Gentleman’s Guide to Etiquette (Um Guia de Etiqueta para Cavalheiros, em tradução livre), de Cecil B. Hartley.

1. Ainda que convencido de que seu oponente está errado, renda-se graciosamente, evite seguir com a discussão, ou deliberadamente mude de assunto, mas não defenda obstinadamente sua opinião até ficar irritado… Há muitos que, expressando opinião como se fossem leis, defendem posições com frases do tipo “Se eu fosse presidente, ou governador, iria…”, — e embora pelo calor do argumento só comprovem que são incapazes de governar o próprio temperamento, seguirão tentando persuadi-lo de que são perfeitamente competentes para liderar a nação.

2. Mantenha, se puder, uma opinião política fixa. Não a exponha em todas as ocasiões e, acima de tudo, não se proponha a forçar os outros a concordar com você. Ouça calmamente as ideias deles e, se não puder concordar, discorde polidamente e consiga que seu oponente, porquanto considere suas opiniões erradas, se veja obrigado a reconhecer que você é um cavalheiro.

3. Nunca interrompa ninguém; é rude apontar uma data ou um nome que a pessoa esteja hesitando em dizer, a não ser que te peçam para fazer isso. Outro erro crasso de etiqueta é antecipar algum ponto da história que a pessoa está contando, ou terminar a frase para roubar o final para si. Algumas pessoas justificam isso dizendo que o orador estava estragando uma boa história, mas isso não justifica. É muito grosseria deixar um homem entender que você não o considera apto a terminar uma anedota que ele começou.

4. É falta de educação se mostrar cansado durante o discurso de outra pessoa, e é muita grosseria olhar para o relógio, ler uma carta, folhear um livro, ou qualquer outra ação que mostre que você está entediado com o orador ou com o assunto.

5. Nunca fale quando outra pessoa está falando, e nunca eleve a voz para cobrir a dos outros. Não fale de maneira ditatorial e faça com que sua conversa seja sempre amável e franca, livre de afetações.

6. Nunca, a não ser que peçam, fale dos seus negócios ou profissão em público. Confinar a conversa apenas à sua própria especialidade é vulgar. Faça o assunto se adequar à companhia. Conversas leves e alegres são, de vez em quando, tão desnecessárias quanto sermões numa festa, então deixe que o assunto seja grave ou feliz de acordo com o tempo e lugar.

7. Numa briga, se você não tem como reconciliar as partes, se abstenha. Você certamente faria um inimigo, talvez dois, ao tomar um lado numa discussão onde ambos os lados já perderam a calma.

8. Nunca chame a atenção apenas para si. É rude entrar numa conversa com um grupo e tentar tirar algum dos participantes dele para um diálogo.

9. Um homem inteligente é geralmente modesto. Ele pode sentir que é intelectualmente superior em sociedade, mas não procura fazer os outros se sentirem inferiores, nem mostrar sua vantagem em relação a eles. Ele discutirá com simplicidade os tópicos propostos pelos outros, e evitará aqueles que os outros não consigam discutir. Tudo que ele diz é marcado pela polidez e deferência aos sentimentos e opiniões dos outros.

10. Escutar com interesse e atenção é uma conquista tão válida quanto falar bem. Ser bom ouvinte é indispensável para ser um bom orador, e é no papel de ouvinte que você você consegue detectar mais facilmente se um homem é educado para a vida social.

11. Nunca escute a conversa de duas pessoas que se afastaram de um grupo. Se elas estão tão próximas que não há como evitar ouvi-las, você pode, apropriadamente, mudar de lugar.

12. Faça que sua parte da conversa seja tão modesta e breve quanto consistente com o assunto em debate, e evite longos discursos e histórias tediosas. Se, no entanto, outra pessoa, particularmente mais velha, conta um caso mais longo, escute respeitosamente até que ela termine, antes de falar novamente.

13. Fale pouco de si. Seus amigos conhecerão suas virtudes sem forçá-lo a nomeá-las, e você pode estar certo de que é igualmente desnecessário expor você mesmo seus defeitos.

14. Se você aceita a lisonja, deve também aceitar quando inferem que você é bobo e convencido.

15. Ao falar de seus amigos, não compare uns aos outros. Fale dos méritos de cada indivíduo, mas não tente aumentar as virtudes de um ao contrastá-las com os vícios de um outro.

16. Evite, numa conversa, todo assunto que possa ferir alguém ausente. Um cavalheiro nunca calunia ou dá ouvidos à calúnia.

17. O homem mais sagaz se torna chato e mal educado quando pretende atrair toda a atenção de um grupo no qual deveria interpretar um papel mais modesto.

18. Evite frases feitas, e faça citações raramente. Elas às vezes temperam uma conversa, mas quando se tornam hábito constante, são extremamente tediosas e de mau gosto.

19. Não seja pedante; é uma marca, não de inteligência, mas de estupidez.

20. Fale sua língua corretamente; ao mesmo tempo não seja maníaco em relação à formalidade e correção das frases.

21. Nunca repare se outros cometem erros de linguagem. Pontuar isso verbalmente ou por olhar, naqueles ao seu redor, é falta de educação.

22. Se o assunto é de trabalho ou científico, evite o uso de termos técnicos. São de mau gosto, porque muitos não entenderiam. Entretanto, se você os usa inconscientemente numa frase, não cometa o erro maior de explicar o significado. Ninguém o agradecerá por destacar-lhes a ignorância.

23. Ao conversar com um estrangeiro que não fale Inglês corretamente, escute com atenção, mas não sugira uma palavra ou frase se ele hesitar. Acima de tudo, não demonstre por ação ou palavra se está impaciente com as pausas e erros do orador. Se você entender a língua dele, avise isso assim que se falarem; não é uma exibição do seu conhecimento, mas uma gentileza, já que um estrangeiro ficará feliz em falar e ouvir a língua materna num país estranho.

24. Tenha cuidado, em sociedade, para nunca se colocar no papel de bufão, ou logo você será conhecido como o “engraçado” da turma, e nada é mais perigoso para a dignidade de um cavalheiro. Você se expõe à censura e ao ridículo, e pode estar certo que, para cada pessoa que ri com você, duas riem de você, e para cada um que o admira, dois assistem a tudo com reprovação.

25. Evite se gabar. Falar de dinheiro, boas relações ou do luxo à sua disposição é de mau gosto. É indelicado falar da sua intimidade com pessoas importantes. Se os nomes deles ocorrerem naturalmente no curso da conversa, tudo bem; mas ficar constantemente citando, “meu amigo, o Governador,” ou “meu amigo íntimo, o Presidente,” é pomposo e de mau gosto.

26. Quando se recusar a fazer piadas, não demonstre desprezo pela alegria alheia. É mal educado propor assuntos graves quando uma conversa prazerosa está ocorrendo. Junte-se à diversão e esqueça seus problemas mais graves, e você será mais popular do que se tentar converter a alegria inocente em discussão grave.

27. Quando em sociedade com acadêmicos, não os questione sobre seus trabalhos. Mostrar admiração por um autor é de mau gosto, mas você pode ser gracioso se, com um citação ou referência, mostrar que é um leitor e que aprecia a obra.

28. É extremamente rude e pedante, numa conversa geral, fazer citações em língua estrangeira.

29. Usar frases de duplo sentido não é cavalheiresco.

30. Se estiver ficando irritado com a conversa, mude de assunto ou fique em silêncio. Você pode dizer, num arroubo de paixão, palavras que nunca usaria num momento mais calmo, e as quais você lamentaria depois de dizer.

31. “Nunca fale de cordas para um homem cujo pai foi enforcado” é um ditado vulgar, mas popular. Evite assuntos que possam ferir personalidades e assuntos de família. Evite, se puder, conhecer os segredos de seus amigos, mas se algum lhe for confidenciado, nunca o revele a terceiros.

32. Se você é viajado, não fale constantemente disso. Nada é mais cansativo do que um homem que começa todas as frases com, “Quando estive em Paris,” ou, “Na Itália eu vi…”

33. Quando fizer perguntas sobre pessoas que não conhece num salão, evite usar adjetivos; ou você pode perguntar à uma mãe, “Quem é a garota feia, esquisita?” e receber como resposta, “Senhor, aquela é minha filha.”

34. Evite a fofoca; numa mulher é detestável, mas num homem é simplesmente desprezível.

35. Não ofereça assistência ou conselho à sociedade geral. Ninguém irá agradecê-lo por isso.

36. Evite a lisonja. Um elogio delicado é permitido numa conversa, mas o excesso é rude, vulgar, e para pessoas sensíveis, repugnante. Se você lisonjeia seus superiores, eles deixam de confiar em você, acreditando que você tem algum motivo egoísta; se lisonjeia damas, elas o desprezam, por pensarem que você não tem outro assunto.

37. Uma dama de bom senso se sentirá mais elogiada se você conversar com ela sobre assuntos interessantes e instrutivos, ao invés de apenas sobre sua beleza. Neste caso ela concluirá que você a considera incapaz de discutir assuntos elevados, e você não pode esperar que ela fique satisfeita em ser considerada uma pessoa boba e vaidosa, que precisa ser adulada para ficar de bom humor.

Daqui: http://www.artofmanliness.com/2013/06/19/37-conversation-rules-for-gentleman-from-1875/

24.5.14

You're Gonna Make Me Lonesome When You Go



Feliz aniversário, Mr. Bob

26.4.14

Cantoria ostentação

A cantoria é um debate ou peleja, em versos improvisados, geralmente disputada por uma dupla. O repente ou desafio é uma tradição cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso. O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e se subdivide em subgêneros de acordo com o acompanhamento: coco ou embolada (acompanhado de pandeiro ou ganzá), aboio (quando é apenas a voz) e cantoria (acompanhado de viola, rabeca ou violão).

Cantar repente exige muita astúcia e rapidez de raciocínio. O repentista ou violeiro precisa ter boa memória e precisão, pois passam horas atacando e se defendendo, respondendo charadas, recitando trava-línguas e desfazendo insultos. Segundo Silvio Essinger, "Não importa a beleza da voz ou a afinação – o que vale é o ritmo e a agilidade mental que permita encurralar o oponente apenas com a força do discurso."

O objetivo é vencer o combate, desqualificando o adversário e exaltando de si mesmo vantagens como sua própria habilidade de cantador ou outros feitos, reais ou imaginados.

Um dos estilos mais clássicos, o octassílabo:


Sendo campeão eu sigo
e para atingir minha meta
e eu não conheço poeta
médio, novo, nem antigo
só tem pra cantar comigo
se Pinto ressuscitar
se Xudu indo voltar
que no resto eu tenho dado
meu verso é peso pesado
pra cantador carregar
//
Foi Deus quem me fez assim
para ter coragem e classe
se a besta-fera cantasse
ainda perdia pra mim
se estiverem achando ruim
o meu rojão de cantar
se não quiser se acabar
arrede ou fique calado
meu verso é peso pesado
pra cantador carregar
//
O Deus eterno profundo
esse dom me ofereceu
e o povo já me elegeu
o primeiro sem segundo
sou bom em tudo no mundo
em tudo quanto é lugar
no céu, na terra e no mar
no presente, no passado
meu verso é peso pesado
pra cantador carregar

Também octossílabos são os versos dessa canção de MC Guimê, com um ritmo um pouco diferente mas objetivo similar, onde o cantador desfila suas vitórias e procura humilhar o adversário (imaginário) ostentando suas posses. Portanto adequadíssimo a atual estrutura social onde o que vale não é o fio de bigode, e sim a bandeira do cartão de crédito; e onde símbolos de poder são marcas:



De Ranger Rover, Evoke
na pista eu arraso
pro Instagram, um close
ela comenta, eu caso
e aqui são vários casos
pra gente desenrolar
camarote fechado
e champagne pra estourar
//
Uns vê que o cifrão
de desenho animado
Sonha em ser o R
pra poder estar do lado
E é nóis que tá pesado,
satisfação total
Agradeço ao meu Deus
por nos livrar de todo o mal

***
Em todo caso, vale dar uma olhada no estilo do rapaz de Osasco, Guilherme Aparecido Dantas, ainda sem nenhuma tatuagem, mandando uma rima de zoeira com o pai:



O bagulho aqui é pesado.

* * *

P.S. corre um boato em Pernambuco de que o repente teria antecedido e inspirado a criação do rap (que nasceu como improviso falado sobre bases musicais); como o ufanismo prejudica a credibilidade, não chega a ser uma teoria levada à sério - o fato é que o ritmo encontra sim vários pontos em comum com o gênero americano.

22.4.14


JOSUÉ DE CASTRO, homem-caranguejo


O médico, geógrafo e sociólogo pernambucano Josué de Castro foi pioneiro no combate à fome no Brasil e no mundo. Apresentou proposta de ações de incentivo à agricultura familiar e à criação dos restaurantes populares; foi presidente do Fundo para a Agricultura e Alimentação da ONU e indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz.

Seu nome chegou a ser cogitado para Ministério da Agricultura no governo do João Goulart, o que só prova o quanto o Jango era um cara a fim de fazer as coisas certas - no momento errado. Onze dias após o golpe militar, o nome de Josué estava na primeira lista de cassações da ditadura. Tachado de 'notório comunista', seus livros foram proibidos nas universidades, seu nome censurado e proibido na imprensa por décadas.
"A fome é, conforme tantas vezes tenho afirmado, a expressão biológica de males sociológicos."

"Nenhum fator é mais negativo para a situação de abastecimento alimentar do país do que a sua estrutura agrária feudal, com um regime inadequado de propriedade, com relações de trabalho socialmente superadas e com a não utilização da riqueza potencial dos solos. Apresenta-se deste modo a Reforma Agrária como uma necessidade histórica nesta hora de transformação social que atravessamos como um imperativo nacional."

"A paz depende mais do que nunca do equilíbrio econômica do mundo. (...) Os ingredientes das guerras são o ouro e as bombas atômicas. O ouro acumulado às custas do sofrimento e  miséria de dois terços da humanidade. E as bombas, produzidas pela aplicação pervertida da ciência a serviço da destruição e da morte. Os ingredientes da paz são: o pão e o amor."


Josué de Castro, Cidadão do Mundo, de Silvio Tendler, 1994

(*) Galeria de esquizoídolos

21.4.14


MILTON SANTOS, a natureza do espaço

"Hoje, com uma pequena aparelhagem informática, eletrônica, com meios limitados, também se faz opinião; também se produzem coisas centrais na reelaboração da História." - Milton Santos, no excelente documentário Encontro com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá, lançado em 2006, filmado em 2001 - Pré-Era Lula, portanto.
Mídia independente, safári urbano, rolezinho de sem-teto no shopping, manifestações, gentrificação, falta de água, cultura colonizadora, globalitarismo. Está tudo aí:



"O Estado é algo cada vez mais indispensável, porque as fontes geradoras de diferença, desigualdade são muito mais fortes do que no passado, Então, para desmanchar essas diferenças, reduzir essas desigualdades, é necessário um Estado que intervenha; um estado socializante, por conseguinte."

Gosto muito desse cara.

(*) Galeria de esquizoídolos

An innocent man in a living hell



That's the story of the Hurricane
But it won't be over till they clear his name
And give him back the time he's done
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world

R.I.P. Rubin Carter

Fucking Tourist



Fora, haoles.

http://jolipunk.over-blog.com

20.4.14



Feliz páscoa, galere

19.4.14

Não leva jeito pro sarcasmo?
Vamos a-do-rar te ajudar com isso.
http://ow.ly/2CKDJ

Reconhecer ironia, até você vai conseguir:
http://ow.ly/2CKBZ

#sarcasmsociety

17.4.14



Vaya con Dios, Gabriel García Márquez :'-|

(Aqui: http://bit.ly/1netabO - ilustrações de Carybé para Cem Anos de Solidão, via Rodrigo Terra Vargas)

4.4.14

DDA e outras bossas



Psicopatologias ilustradas por Boris Artzybasheff.