22.4.14


JOSUÉ DE CASTRO, homem-caranguejo


O médico, geógrafo e sociólogo pernambucano Josué de Castro foi pioneiro no combate à fome no Brasil e no mundo. Apresentou proposta de ações de incentivo à agricultura familiar e à criação dos restaurantes populares; foi presidente do Fundo para a Agricultura e Alimentação da ONU e indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz.

Seu nome chegou a ser cogitado para Ministério da Agricultura no governo do João Goulart, o que só prova o quanto o Jango era um cara a fim de fazer as coisas certas - no momento errado. Onze dias após o golpe militar, o nome de Josué estava na primeira lista de cassações da ditadura. Tachado de 'notório comunista', seus livros foram proibidos nas universidades, seu nome censurado e proibido na imprensa por décadas.
"A fome é, conforme tantas vezes tenho afirmado, a expressão biológica de males sociológicos."

"Nenhum fator é mais negativo para a situação de abastecimento alimentar do país do que a sua estrutura agrária feudal, com um regime inadequado de propriedade, com relações de trabalho socialmente superadas e com a não utilização da riqueza potencial dos solos. Apresenta-se deste modo a Reforma Agrária como uma necessidade histórica nesta hora de transformação social que atravessamos como um imperativo nacional."

"A paz depende mais do que nunca do equilíbrio econômica do mundo. (...) Os ingredientes das guerras são o ouro e as bombas atômicas. O ouro acumulado às custas do sofrimento e  miséria de dois terços da humanidade. E as bombas, produzidas pela aplicação pervertida da ciência a serviço da destruição e da morte. Os ingredientes da paz são: o pão e o amor."


Josué de Castro, Cidadão do Mundo, de Silvio Tendler, 1994

(*) Galeria de esquizoídolos

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