entre o que é certo e o incerto, e o não-ser e o ser-demais, paira uma música suave, que faz que vai mas não vai, faz que fica, faz que foi-se, faz rodopio e se esvai, dança na ponta de pregos, atravessa sem sangrar; fez-se de mesa e cadeiras, mas não deixou-se sentar; faz-se de doce, de amarga, de difícil de tragar, de fumaça de cigarro e de café, faz acordar, faz parecer-se com sonho, ter certezas, duvidar, entender as coisas todas, confundir-se entre o que é, foi, e o que está; mas soa em alto-falantes noite e dia sem calar, vaza, marola certeira, preenchendo céu e chão, nota após nota soando, sem sentido ou direção; um som que só ecoa, existe. sempre: é, sim - e nunca em vão.
Há um dia
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