30.6.03


DZONGSAR KHYENTSE RINPOCHE,
por ser lama, cineasta e fanático por futebol



Fanático por futebol e dono de um estilo ousado e irreverente, o lama Dzongsar Khyentse Rinpoche, 40, dificilmente poderia ser identificado com a imagem do mestre budista que medita pacificamente nas montanhas por anos a fio. Filho de pais tibetanos, Khyentse Rinpoche nasceu no Butão (pequeno país encravado entre a China e a Índia) e, aos sete anos, foi reconhecido como a reencarnação de um grande lama tibetano do século 19.

Formalmente educado no budismo tibetano, não tardou a se lançar pelo mundo e a adotar novos meios para transmitir o budismo. O cinema, por exemplo. A liberdade com que o monge transita entre o tradicional e o moderno está expressa em seu primeiro filme, A Copa, exibido em São Paulo em dezembro do ano passado. Em grande parte autobiográfico, fala de sua paixão (e de muitos monges tibetanos) pelo futebol. Khyentse não vê diferença entre a antiga arte de pintar tangkas -tradição tibetana de pintura em tecido com temas budistas- e a sétima arte ou entre futebol e budismo. Na verdade, esses dois últimos se misturam no dia-a-dia do lama cineasta. Em meio às suas tradicionais preces diárias de aspiração, o monge conta que sempre reza para que, numa próxima vida, possa renascer em um lugar onde não seja privado de futebol. "O budismo é a minha filosofia", sempre diz, "e o futebol, a minha religião".

[por Ana Cristina Lopes/ Revista da Folha edição 478, "Buda é pop". Julho de 2001]

(*) Galeria de esquizoídolos

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