DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO

A pérola abaixo ganhou a última edição do Festival dos Festivais da Rede Globo, em 2000. Alguém se lembra? Bem, o compositor, Ricardo Soares, ainda é programador e webmaster do site http://www.centraldamusica.com.br/ (onde, aliás, tem uma notinha sobre o lançamento do CD Ilha do Destino, do amigo Ortinho).

Tudo bem meu bem
(Ricardo Soares)

Você tem tudo que eu quero pra ser meu problema
Eu tenho as mãos penduradas nas tuas algemas
Você me atrasa a vida
Você me atrasa a morte também
Tudo bem meu bem

Você tem tudo que eu quero e nenhuma resposta
As digitais do punhal que eu levo nas costas
Mas eu preciso convir
Você tem a metade que mais me convém
Tudo bem, meu bem

Você tem tudo que eu quero pra não faltar nada
Todas as colas e todas as cartas marcadas
Você é tipo daquelas
Que enlouquece-se se se fica sem
Tudo bem meu bem

Eu era um rei sem erasmos
Eu era o marasmo de um jogo sem gols
Você me trouxe o tango, o bebop, o mambo
O rock'n roll

Eu era um bola na trave
Eu não tinha clave, eu era sem sal
Você trouxe a independência, o ano novo
O carnaval

Você tem o que eu quero: a virtude e o vício
Enquanto eu construo castelos destrói o edifício
Mas eu preciso convir:
Você tem a metade que mais me convém
Tudo bem meu bem