6.3.06

NOBODY LOVES, NOBODY GETS HURT


Sossega, nega, não se morre de amor nos trópicos. (O tio tenta uma filosofia de consolação para a amiga que sofre e pena entre a Angélica e Augusta como se fosse num inferno verde de fitzcarráldica fábula babilônica labiríntica, danou-se! a menina nas asas da hipérbole-helicóptera.) Te juega, nega, aqui não se morre disso. Se o jovem Werther aqui fosse nascido, até choraria um tanto o seu infortúnio, mas já já algum vagabundo passaria na sua casa e eles iriam tomar um ele & ela (caldinho com cachaça) na Várzea ou no Pina, freguesia do Recife, iam tirar uma onda na barraca de Jesus ou no seu Rainha, na mesma cidadela invicta, iam tomar uma com Franciel, pura ingresia da Bahia, lá nas beiradas do mercado de São Joaquim. (...) Sossega, preta, roga uma praga neste peste e pronto, cai de novo na lama milagrosa do hedonismo. E se a vida atropelar, de nuevo, na mesma curva, anota a placa, menina, e arrisca no bicho.

[Não se Morre de Amor nos Trópicos, Xico Sá]

Recife a cinqüenta reais de distância, corações solitários. Vejam só que oportunidade.

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