Há um dia
30.4.07
E POR FALAR EM COISA ALGUMA
digamos que não tem nada sólido aqui (só a vontade de contar da luz nas cortinas beges de renda e da menina com caxumba no fim da rua, nada mais). também você deve pensar, de vez em quando 'mas afinal' - muito intrigado - 'onde foram parar esses sapatos?' ou como eu, consolar-se 'vai ver que, nem eram meus'. esse é um ponto. outro é dizer que pontos e vírgulas nunca bastam; e embora pontos-e-vírgula me agradem, algumas metáforas me escapam. ou, se ainda, alguém tivesse acreditado, em uma dessas tardes estrangeiras de um desbotado mas ainda azul, seria então já, uma outra história? e se sim, qual seria a minha? se tivesse melhor inventado rua deleitada, asfalto nu, debruçar de janelas, mesas ou cadeiras, coisas de passar e ficar. não sei. das coisas o riso aberto, falta de jeito mesmo, nunca aprendi. tenho inveja: de bons dentes e varandas; de sentimentos rasos e pensamentos profundos. tenho amor: por martelo e chave de fenda, porque são ativos; e de pregos e parafusos, seus complementos tímidos e permanentes: coisas que se fixam nas paredes, não por serem tanto em si, mas por suportarem toda a beleza do mundo.
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29.4.07
Eu era feliz e ninguém estava morto
todo dia alguma coisa já faz anos; a não ser as que nasceram outro dia - muitas delas, nem bem natas, ficaram afogadas naquele pântano de preguiça e desilusão. vamos deixar tudo assim, como a areia da gata e o vaso do manjericão morto. vamos plantar outra coisa nesse espaço.
todo dia aquele dia faz seu próprio aniversário. e todo dia se comemora um nome santo - mas nunca o meu, que é pagão. todo maldito santo dia, dias vãos se repetindo; dias se auto-entrelaçando, em infinitas relações que se roçam ano a ano.
também hoje minha tristeza faz mais um aniversário.
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3.4.07
Así pues, éste es mi ego: indica.
"Plan de mi ninguna cosa, ahora. Estoy aquí. no somos, no somos nosotros aquí?"
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esquizovídeos
2.4.07
DUAS OU TRÊS COISAS QUE ME CONTOU BERNARDO
definido como qualquer coisa entre os cavalos imóveis e o foco da não-atenção joaquim lia e relia pessoa em péssima tradução. bem, o português de antanho não lhe negava café no entanto, e eu dizia: 'meu primeiro e grande amor!', oh, u la la, isso muda tudo, não é? pra mim sim, todo dia, e o dia todo também. pessoalmente não me oponho à grafia xadreza nem ao funk junto ao jazz. mas à luz acesa lá fora e aos ecumenismos vistos de baixo como uma velha de saia, sim, sim. 'também não adianta ter asas presas às costas por único fino fio', pensou (ora pois!) velho joaquim; alma, cebolas e brasas: posso dizer que chega, escadas curvas e silêncio, perdeu-se em caminho subtil. mas não quero ser perfil num livro, albertío - numa revista talvez. quero das coisas-já o sumo, e a mancha futura da xícara naquele azul do papel. saber que o mundo esta torto, clarita, e quem está certa sou eu.
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